JUSTIÇA FEDERAL SUSPENDE EDITAL DA UFPE PARA TURMA DE MEDICINA DESTINADA A SEM-TERRA E QUILOMBOLAS
Decisão atendeu ação popular do vereador Tadeu Calheiros; UFPE anunciou que vai recorrer e debate segue dividido entre críticas de entidades médicas e defesa de parlamentares governistas.

A Justiça Federal em Pernambuco suspendeu, por decisão liminar, o edital nº 31/2025 do Centro Acadêmico do Agreste (CAA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru.
O documento previa a criação de uma turma de Medicina com 80 vagas destinadas exclusivamente a assentados da reforma agrária, quilombolas e outros públicos vinculados ao Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
A decisão foi proferida pelo juiz federal Ubiratan de Couto Maurício, em resposta a uma ação popular movida pelo vereador do Recife Tadeu Calheiros (MDB).
Segundo o magistrado, a universidade não poderia reservar todas as vagas para um público específico fora das hipóteses previstas em lei.
A UFPE informou que vai recorrer em todas as instâncias.
O edital, publicado em 10 de setembro, marcou a primeira vez que o Pronera previa uma turma de Medicina, somando-se a cursos já oferecidos em áreas como pedagogia, agronomia e medicina veterinária.
A iniciativa gerou ampla repercussão: entidades médicas e parlamentares da oposição apontaram inconstitucionalidade, enquanto representantes da base do governo federal defenderam a medida como política de inclusão.
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