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Arcoverde,29/04/2024

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Empresas de cartão querem que novo crediário tome espaço do parcelado sem juros

Empresas de cartão querem que novo crediário tome espaço do parcelado sem juros


Empresas de cartão querem que novo crediário tome espaço do parcelado sem juros

O novo crediário é uma das prioridades da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) para os anos de 2024 a 2026


Empresas do setor de cartões querem que o novo crediário, produto que está sendo redesenhado e vai permitir compras parceladas com juros em prazos de pagamento que podem chegar a 60 meses, substitua o parcelado sem juros.

O novo crediário é uma das prioridades da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) para os anos de 2024 a 2026, segundo o presidente da entidade, Giancarlo Greco.

O objetivo é ter uma implementação mais ampla e padronizada, com todos os emissores, bancos e empresas de maquininhas, afirma o vice-presidente da entidade, Ricardo Vieira. "Tem custo mais baixo, prazo muito mais longo, é uma excelente opção."


As taxas de juros e prazos do novo crediário para cada cliente vão depender da política de cada banco emissor do cartão, assim como os limites e valores. Clientes de menor risco, tendem a ter taxas menores.

O setor de cartões cresce forte no Brasil e pode movimentar ao todo entre R$ 4,05 trilhões a R$ 4,12 trilhões este ano, uma expansão de até 12% ante 2023. O crescimento será puxado justamente pelo cartão de crédito, que tem se expandido bem mais que o débito, modalidade que tem sofrido a concorrência com o Pix e deve crescer pouco este ano, na casa dos 0,4%.

Um termômetro da popularidade do parcelado sem juro pode ser observado em uma pesquisa feita em 2022, mencionada no congresso anual da Abecs, que começou nesta terça-feira. O levantamento mostra que 75% dos consumidores já tinham utilizado o parcelado sem juros ao menos uma vez. Já o rotativo é bem menos utilizado, pois 82% das pessoas afirmaram que pagam o valor total da fatura no prazo.

Parcelado sem juros
O saldo de crédito da pessoa física no cartão saltou de R$ 238 bilhões em 2018 para R$ 538 bilhões no final do ano passado, segundo dados do Banco Central mostrados no evento da Abecs. Desse número de 2023, apenas 25% do volume pagam juros, realidade bem diferente de outros países, onde há proporção do saldo que há incidência de juros é maior. Nos Estados Unidos, 72% do saldo tem incidência de juros; no Reino Unido, é 52%, e na América do Sul, no Chile, é 66%.

"É fundamental que a gente continue encontrando alternativas para que tenhamos uma base de saldo de operações sem juros cada vez menor. E acreditamos que o crediário pode puxar esse papel", comenta o diretor de cartões e pagamentos digitais do Banco Santander, Rogério Magno Panca. "No Brasil tem quantidade pequena de clientes que quando pagam juros, pagam juros muito elevados", disse ele. Nos EUA e outros países, a taxa é bem mais uniforme.

O objetivo do crediário é incentivar o parcelamento com juros no setor de cartões, afirma o executivo do Santander. O portador do cartão continua a fazer compras parceladas, em cima do limite de crédito que tem aprovado pelo emissor e com prazos mais longos do que o parcelado sem juros. Na modalidade sem juros no banco, 90% do volume são de transações com prazo inferior a 12 meses. No crediário, chega a 36 ou a 48 meses. "Dá um fôlego adicional para o consumidor e para a indústria", comenta Panca.

O crediário já vem sendo oferecido pelos bancos, bandeiras, empresas de maquininhas, mas desde 2022 vem perdendo espaço e no ano passado perdeu ainda mais fôlego. Por isso, a Abecs resolveu redesenhar o produto na tentativa de torná-lo mais atrativo e padronizado para todo o setor, sobretudo em um momento em que se discutem em Brasília mudanças no parcelado sem juros e no rotativo do cartão.

Dentro dos 11 projetos estratégicos da Abecs em 2022, o crediário entrou como um dos mais importantes. No ano passado, o debate acabou sendo mais focado no parcelamento da fatura, o chamado rotativo, que passou a ter um teto de juros. Agora, o objetivo é trazer de volta o crediário aos holofotes.

Mapeamento de riscos
A Abecs vai apresentar ao BC no final do mês uma proposta ao Banco Central para melhorar a estrutura de riscos e de garantias de todo o sistema de cartões. "O objetivo é ver como o risco hoje está distribuído", disse Greco, argumentando que o setor precisa passar por mudanças estruturais.

Um grupo de trabalho da Abecs tem se reunido quase que diariamente para desenhar esse modelo. Recentemente, a bandeira Mastercard lançou uma consulta pública para discutir as garantias nos parcelamentos no cartão de crédito.









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