'É inaceitável', diz ministro da Saúde ao desistir de viagem aos EUA para Assembleia Geral da ONU
Alexandre Padilha afirma que condições impostas pelo governo americano inviabilizam sua participação em reunião da Opas, em Washington, e em encontros bilaterais. 'Não nos intimidará', disse. Na terça-feira (16), ele recebeu o visto americano para realiza

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar para os Estados Unidos, afirmando que as restrições impostas pelo país impediram a participação dele na Assembleia Geral da ONU e em outros eventos na próxima semana.
Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como "inaceitáveis" e "uma afronta".
"Inaceitável as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados", disse Padilha.
Em entrevista ao Estúdio i, Padilha afirmou que as restrições não são contra ele como pessoa, mas sim "ao ministro da Saúde do Brasil", e o impediriam de participar de uma reunião crucial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington, e de uma série de encontros bilaterais fora da estrutura da ONU.
"As restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil nas atividades que ele precisa fazer parte", declarou Padilha.
Na terça-feira (16), o ministro disse que recebeu o visto dos Estados Unidos para realizar a viagem.
"Eu recebi o visto hoje, naquilo que é obrigação de um país que tem um acordo sede com organismo internacional da ONU e da OPAS, que tem que garantir o acesso de uma autoridade convidada para esse evento. Então recebi o visto hoje. São dois momentos, tanto a Assembleia Geral da ONU, quanto a assembleia geral da OPAS", afirmou Padilha na terça.
O que as restrições impedem: Segundo o ministro, a proibição de se deslocar de Nova York para Washington é o ponto mais grave, pois o impede de ir à Assembleia Geral da Organização Pan-americana da Saúde(Opas). Padilha revelou que planejava anunciar no evento um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da organização para a compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços mais baixos para todo o continente americano.
Além disso, ele seria impedido de participar de reuniões como presidente da parceria dos Brics na área da saúde e de encontros do G20 e do Mercosul, que muitas vezes ocorrem em embaixadas, fora do perímetro da ONU. Visitas a hospitais e reuniões com indústrias americanas que pretendem investir no Brasil também seriam inviabilizadas.
COMENTÁRIOS